Erínias: Vingança e Punição
As Erínias eram deusas violentas, conhecidas como Fúrias pelos romanos. Primeiramente encarnam a força primitiva e não reconhecem tão pouco obedecem aos deuses do Olimpo.
Punem a desordem social e o derramamento de sangue. Obedecem apenas Hera. Seu papel era perseguir e punir aqueles que cometiam crimes graves, especialmente dentro das famílias, como o fratricídio ou o parricídio. Só para exemplificar crimes conhecidos como Caso Suzane Von Richthofen, Isabela Nardoni e outros que abalaram a ordem pública.
As Erínias prometeram castigar até o sol caso ele saísse de sua rota.
No momento em que Cronos, um dos titãs, castrou seu pai Urano com uma foice, separando-o do céu e da terra. As gotas de sangue de Urano caiu sobre a terra, uma fumaça se levantou naquele momento dando origem a três deusas vingativas, as Erínias.
As Erínias são descritas como criaturas com corpo de mulher, mas com asas e serpentes no lugar dos cabelos. Elas eram três: Alecto, Tisífone e Megera. Elas portavam chicotes e estavam envoltas em nuvens de escuridão. Suas ações eram movidas pela sede de vingança e pela necessidade de punir os culpados.
Perseguiam e atormentavam as vitimas, sem dó nem piedade e eram odiosas até no Hades.
Erínias e o caso Orestes:
Uma história famosa envolvendo as Erínias é a tragédia grega “Oresteia”, escrita por Ésquilo. Ela conta a história de Orestes, que mata sua própria mãe, Clitemnestra, para vingar o assassinato de seu pai, Agamêmnon.
Uma vez que uma pessoa cometesse um crime terrível, as Erínias seriam despertadas e começariam sua angústia. Elas atormentavam os criminosos, atingindo-os com remorso, culpa e insanidade. Sempre vigilantes, as Erínias estavam prontas para punir qualquer pessoa que escapasse da justiça mortal.
Logo após o assasinato, Orestes é perseguido pelas Erínias e busca refúgio no templo de Apolo em Delfos. Em seguida Apolo o encoraja a buscar um julgamento no tribunal de Atenas, onde é absolvido no primeiro julgamento por um voto de desempate da deusa Atena. Isso marca uma mudança na justiça, pois agora os crimes passam a ser julgados pelos mortais, em vez de serem punidos puramente pelas Erínias.
Em síntese essa história simboliza a transição da justiça vingativa para a justiça civilizada, na qual os seres humanos julgados e punidos por meio de um sistema legal estabelecido. A visão grega reflete a crença de que a civilização e a ordem social são fundamentais para evitar o caos e a destruição.
O que você pode aprender com o mito das Erínias?
Podemos aprender com o mito das Erínias as seguintes lições:
- Responsabilidade e consequências: O mito destaca a importância da responsabilidade por nossas ações e a consciência das consequências de nossos atos. As Erínias representam a motivação para aqueles que cometem crimes graves, enfatizando a necessidade de assumir a responsabilidade por nossas escolhas.
- Justiça e sistema legal: O mito evidencia a transição da justiça vingativa para a justiça civilizada. Esse mito nos ensina que é essencial estabelecer um sistema jurídico, onde julgar os crimes de forma imparcial, promovendo a ordem social e evitando a vingança pessoal.
- Importância da civilização: O mito ressalta a visão grega de que a civilização e a ordem social são cruciais para evitar o caos e a destruição. As Erínias representam as forças destrutivas, enquanto a justiça e a civilização trabalhavam um papel fundamental na busca pela harmonia e pelo progresso.
- O poder do arrependimento e do perdão: As Erínias eram implacáveis na perseguição dos criminosos, mas o mito também mostra a possibilidade de redenção através do arrependimento e do perdão. A história de Orestes e seu julgamento em Atenas ilustra a importância de refletir sobre nossas ações passadas e buscar a reconciliação.
- Consciência moral: O mito das Erínias nos lembra da importância de ter uma consciência moral e agir de acordo com valores éticos. Ele nos alerta sobre os perigos de agir impulsivamente e cometer crimes, pois, mesmo que possam parecer impunes inicialmente, as consequências inevitáveis chegarão.
Essas são apenas algumas das lições que podemos extrair do mito das Erínias, que continuam a nos lembrar da importância da justiça, responsabilidade e civilização em nossas vidas.
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