Deusa Nêmesis e Xerxes I: Mitologia Grega
A Ira da Deusa Nêmesis E A Queda de Xerxes I
Na Mitologia Grega, a soberba sempre cobra seu preço. E ninguém entendeu isso melhor do que Xerxes I, ele foi o rei persa que ousou se comportar como um deus. Ele tinha tudo: ouro, escravos, exércitos incontáveis e oráculos pagos para profetizar o que queria ouvir. No entanto, não foi o poder que atraiu a atenção dos deuses, mas sim o fedor da Hybris, a arrogância que desafia a ordem natural.

Tudo começou quando Xerxes I, em sua campanha para invadir a Grécia, mandou construir uma ponte sobre o estreito de Helesponto. O mar, indomável por natureza, destruiu a obra. Diante da resistência das águas, Xerxes não se curvou. Não rezou. Não pediu permissão aos deuses. Ele ordenou que seus soldados chicoteassem o mar, como se a natureza fosse apenas mais um servo rebelde.
Nesse instante, o céu estremeceu.
Porque, de acordo com a Mitologia Grega, há um cheiro que os deuses reconhecem de longe — o cheiro da Hybris. Ele não é doce, não é sutil. Ele fede. É um odor profano, um incenso arrogante que sobe até o Olimpo. E esse cheiro não passa despercebido pela deusa certa: Nêmesis, a divindade da vingança e do equilíbrio.
A deusa Nêmesis não corre. Ela espera. Observa em silêncio. Mede a balança invisível da justiça e aguarda que a arrogância transborde. Quando a medida se completa, ela age com precisão divina.
Enquanto Xerxes I marchava com sua maré humana sobre as terras gregas, certo de sua invencibilidade, Nêmesis sussurrava ao ouvido de Temístocles. O estrategista ateniense, inspirado, conduziu os gregos não apenas com espada, mas com astúcia. Enquanto isso, os ventos — obedientes à deusa — bloqueavam os estreitos. As águas — agora aliadas dos gregos — se voltavam contra as naus pesadas da Pérsia.
A deusa Nêmesis Castiga Xerxes I:
Durante a Batalha de Salamina, os persas, apesar de serem muitos, foram encurralados em seus próprios excessos. A arrogância de Xerxes I se tornou seu fardo. Seus navios afundaram, sua confiança desmoronou e sua coroa tombou. O rei, que havia desafiado o mar, terminou fugindo em silêncio, derrotado por um povo menor em número, mas maior em coragem, estratégia e fé.
Esse mito mostra, de forma clara, como a Mitologia Grega ensina que nenhum mortal pode ultrapassar seu lugar sem consequências. Nêmesis não precisou usar exércitos. Ela apenas moveu o mundo — o vento, a água, a mente — até que Xerxes I caísse de joelhos diante de sua própria vaidade.
Quando ele voltou para casa, não havia mais glória. Só restava a vergonha. A coroa, antes símbolo de poder, agora pesava sobre sua cabeça. E Nêmesis, cumprindo seu papel, desapareceu como veio. Em silêncio.
Ela não precisava levantar a voz. Bastava um sussurro:
“Nunca se esqueça do seu lugar.”
A história de Xerxes I e a deusa Nêmesis permanece viva porque nos lembra que todo excesso exige correção. Por isso onde houver poder desmedido, onde a Hybris envenenar o ar, Nêmesis surgirá — com suas asas, sua espada e seu dedo nos lábios, pedindo silêncio. Porque a justiça divina não precisa anunciar sua chegada. Portanto ela simplesmente vem. E quando vem, nada pode detê-la.
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