Astéria deusa da Astrologia

Astéria a deusa que virou ilha para ajudar no nascimento de Apolo e Ártemis.

Antes de tudo, vale entender o significado do nome Astéria. Derivado do grego Astería (Αστερία), ele carrega um brilho ancestral: significa “a que vem das estrelas” ou “a estrelada”. Ou seja, carrega em si a marca da noite, o mistério do céu, o fascínio do cosmos. A princípio, o nome já anuncia sua essência: uma deusa ligada à noite, às estrelas e aos presságios que surgem no escuro.

Quem é a deusa Astéria?

Em primeiro lugar, Astéria é uma Titânide, ou seja, faz parte da geração antiga dos deuses, anterior aos olímpicos. Filha do titã Céos e da titânia Febe, ela nasceu no seio da sabedoria e da visão profética. Não à toa, sua irmã é Leto, mãe de Apolo e Ártemis. Astéria, portanto, pertence à linhagem daqueles que guardam os mistérios profundos da existência — mistérios que, muitas vezes, só se revelam à noite.

Além disso, Astéria é mãe de Hécate, a deusa das encruzilhadas, da magia, da bruxaria e da noite. A união com Perses, deus da destruição e da sabedoria oculta, gerou essa filha poderosa. Nesse sentido, podemos dizer que Astéria carrega em si as sementes da transformação, do oculto e da força feminina em sua forma mais selvagem e intuitiva.

Quais são os poderes de Astéria?

Primeiramente, Astéria é uma deusa associada à noite estrelada, aos oráculos e aos sonhos proféticos. Segundo os antigos, ela tinha o dom de enviar visões durante o sono — ou seja, era uma senhora dos presságios noturnos. Enquanto os outros deuses falavam em voz alta, ela sussurrava ao inconsciente. Quando os olhos humanos fechavam, era Astéria quem guiava os sinais do destino.

Contudo, seu poder mais impressionante talvez tenha sido o da metamorfose e da resistência feminina. Quando Zeus tentou violentá-la, ela não se rendeu. Em vez disso, Astéria se transformou em uma codorna e depois se lançou ao mar, dando origem à ilha rochosa de Ortígia, que mais tarde seria chamada de Delos. Essa ilha, firme em seu isolamento, foi o refúgio de sua irmã Leto, grávida de Apolo e Ártemis, e perseguida por Hera.

Ou seja, Astéria não só escapou da dominação de Zeus, como ainda se transformou em um santuário, um lugar seguro onde o nascimento do novo pôde acontecer. Essa metamorfose simboliza algo profundo: a capacidade de resistir e se transformar mesmo diante da violência dos deuses. Ela virou terra firme em meio ao mar agitado, oferecendo abrigo, silêncio e força.

Astéria a deusa mãe de Hécate e os poderes herdados

Além disso Astéria deusa mãe de Hécate, que recebeu honras de Zeus e um poder triplo: na terra, no mar e no céu. Isso mostra o quanto Astéria não foi esquecida. Pelo contrário: a força de sua linhagem ecoa através dos tempos. Astéria representa a raiz dessa potência mágica que Hécate carrega — uma força que não precisa brilhar como o Sol, mas sim piscar no escuro como uma estrela que revela caminhos ocultos.

Astéria, A Deusa que Não se Cala

A deusa Astéria representa a mulher que não se cala, que se recusa a ser tomada à força, que se transforma em ilha, em resistência. Em tempos em que a violência ainda tenta calar as vozes femininas, Astéria nos ensina o valor da fuga que salva, da transformação que protege, da firmeza silenciosa que sustenta o nascimento de algo novo.

Em resumo, Astéria é a deusa da noite que não precisa brilhar intensamente para ser grandiosa. Seu nome vive no céu, mas seus pés fincaram-se no mar, transformando-se em terra para proteger outras mulheres. Desde já, isso faz dela uma figura essencial para quem busca compreender o poder do silêncio, do mistério, da intuição e da transformação como resposta à violência.

Por isso, se você procura uma deusa que represente o poder de escapar sem se apagar — que honra a força das mães, das irmãs e da ancestralidade feminina —, lembre-se de Astéria. Afinal, ela não foi esquecida. Ela está lá, no céu da noite e no fundo do mar, esperando que você a reconheça.

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