Deusa da Inveja – Mitologia Grega
A Deusa da Inveja, conhecida como Invidia na mitologia greco-romana, ( Ftono ou Phthónos) representa o lado mais corrosivo da inveja. Na Mitologia Grega, ela surge como uma deusa sombria, personificando o rancor que destrói relações e consome o espírito. Assim como o fogo devora tudo em seu caminho, a inveja que a deusa Invidia representa também corrói aqueles que se deixam dominar por ela.
Na Mitologia Greco-Romana, Invidia aparece como uma entidade assustadora, descrita com olhos fundos, dentes manchados e um peito coberto de musgo verde. Analogamente a outras personificações de sentimentos humanos, ela não apenas sente inveja, mas espalha seu veneno, afetando a vida de deuses e mortais. Atena, a deusa da sabedoria, utilizou a inveja para punir Aglauro, uma mulher que nutria rancor contra sua própria irmã. Esse mito mostra como a inveja, ao contrário de outras emoções, não apenas prejudica quem a sente, mas também aqueles ao seu redor.

Assim também, Invidia reflete o papel da inveja nas interações humanas, mostrando como ela pode surgir de forma inevitável diante do brilho alheio. De acordo com os mitos, sua presença alerta para os perigos de alimentar esse sentimento. Do mesmo modo que a luz expõe a escuridão, entender o sentimento permite identificar e superar os impactos da inveja.
Na Mitologia Grega e Romana, Invidia simboliza o alerta contra os males que nascem do descontentamento, ressaltando a importância de transformá-los em força e sabedoria.
A deusa da Inveja no Mito de Aglauro:
Tudo começa com Atena confiando a Aglauro e suas irmãs o cuidado de um segredo divino: o pequeno Erictonio, que nasceu na tentativa de Hefesto em tentar violentar Atena. A deusa deu uma surra em Hefesto, mas o seu semen caiu na coxa da deusa, que enojada, limpou com um floco de algodão, jogando na Terra, foi então que da Terra nasce Erictonio. Gaia, chama Atena e diz que não vai aceitar essa irresponsabilidade. Envergonhada, ela pede as filhas de Cécrope, para cuidar do menino dentro de uma caixa. Desde que desobedeceram à ordem de não abrir a caixa onde o bebê estava guardado, a tragédia se tornou inevitável.
Tempos depois, Hermes, o deus mensageiro, se apaixona por Herse, irmã de Aglauro. Enquanto Herse recebia as atenções de Hermes, Aglauro, consumida pela inveja, passou a nutrir um profundo rancor pela felicidade da irmã. Atena, ao perceber o veneno crescendo no coração de Aglauro, sente muito ódio e decide puni-la, chamando a temida deusa da Inveja para castigar Aglauro.
Apenas com sua presença, a deusa da Inveja obedece as ordens de Atena. Em seguida, com seu toque, contaminou Aglauro com uma inveja ainda mais destrutiva. Enquanto Hermes visitava o palácio, Aglauro bloqueou o caminho para impedir que ele se encontrasse com Herse. O deus, então, indignado com a atitude dela, transformou-a em pedra, simbolizando que a inveja petrifica quem sente amargura e rancor.
Como Usar o Mito da Deusa da Inveja a Seu Favor?
A inveja é inerente tanto aos deuses quanto aos homens. Todos nós seremos vitimas da inveja a qualquer momento, aqui estão algumas dicas para evita-lá.
- Pratique a humildade em suas conquistas: Assim como na mitologia grega, a hubris atrai a punição divina. Reconheça suas vitórias sem arrogância, mantendo o equilíbrio entre autoconfiança e respeito pelos outros.
- Evite exibir excessivamente seu sucesso: Ao invés de ostentar, compartilhe suas realizações de forma equilibrada. A glória não precisa de exageros para ser admirada, e a moderação evita o despertar da inveja.
- Cultive o autocontrole: Na mitologia, os deuses valorizavam quem sabia manter suas emoções em harmonia. Ao controlar impulsos de vanglória, você constrói relações baseadas na admiração genuína, ao invés da rivalidade.

Nos véus sombrios que o destino trama,
Alberto Freitas
Surge Inveja, a deusa que inflama.
Com olhos verdes, de brilho amargo,
Onde há glória, ela planta a dor,
Transformando o ouro em ferrugem sem cor.
Atena a chamou, em ira severa,
Para envenenar a invejosa, numa noite austera.
“Por que não eu?”, é seu hino mudo,
Que ecoa em almas num grito agudo.
Mas Inveja é mais do que vilania,
É espelho quebrado, um clamor de agonia.
Que aprendamos a humildade, a olhar para dentro,
A vencer o orgulho e buscar o centro.
Ó Inveja, senhora do olhar mordaz,
Que devora em silêncio, mas nunca se refaz.
Tu és lição, sombra e claridade,
A balança que pesa a vaidade.
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